5 de dezembro de 2011

Transgênicos: impactos, riscos e segurança alimentar


Semana passada, participei de uma Palestra realizada pelo Curso de Agronomia da UNISUL sobre Plantas Transgênicas e seus produtos: impactos, riscos e segurança alimentar ministrada pelo Prof. Dr. Rubens Onofre Nodari, que possui uma vasta experiência na área Genética.
Um assunto que gera muitas controvérsias e que a sociedade deveria tomar precauções diante de novas tecnologias.

Primeiramente, você sabe o que significa transgênicos?
Organismos transgênicos, ou organismos geneticamente modificados, são animais e plantas que sofrem modificações geradas pela transferência de características (genes) de uma espécie para outra. A discussão sobre as vantagens e desvantagens desta “interferência biotecnológica” do homem na natureza fica mais complexa quando falamos na produção, comercialização e consumo de alimentos transgênicos.


Por meio de um ramo de pesquisa relativamente novo (a engenharia genética), fabricantes de agroquímicos criam sementes resistentes a seus próprios agrotóxicos, ou mesmo sementes que produzem plantas inseticidas. As empresas ganham com isso, mas nós pagamos um preço alto: riscos à nossa saúde e ao ambiente onde vivemos.

Diante da crise climática em que vivemos, a preservação da biodiversidade funciona como um seguro, uma garantia de que teremos opções viáveis de produção de alimentos no futuro e estaremos prontos para os efeitos das mudanças climáticas sobre a agricultura.

Nesse cenário, os transgênicos representam um duplo risco. Primeiro por serem resistentes a agrotóxicos, ou possuírem propriedades inseticidas, o uso contínuo de sementes transgênicas leva à resistência de ervas daninhas e insetos, o que por sua vez leva o agricultor a aumentar a dose de agrotóxicos ano a ano. Não por acaso o Brasil se tornou o maior consumidor mundial de agrotóxicos – depois de cerca de dez anos de plantio de transgênicos – sendo mais da metade deles destinados à soja, como eu havia comentado no post anterior.

Além disso, o uso de transgênicos representa um alto risco de perda de biodiversidade, tanto pelo aumento no uso de agroquímicos (que tem efeitos sobre a vida no solo e ao redor das lavouras), quanto pela contaminação de sementes naturais por transgênicas. Neste caso, um bom exemplo de alimento importante, que hoje se encontra em ameaça, é o nosso tradicional arroz.

Portanto, quem decide hoje? É o governo, com base na opinião de alguns cientistas. Mas quem lucra são as mesmas empresas que produzem agrotóxicos, cujo aumento em seu uso tornaram o Brasil o maior consumidor do mundo. E o povo é quem sofre com as consequências dos envenenamentos aos poucos, que provocam dor e sofrimento, até mortes, bem como é o povo quem paga a conta do SUS!

Quem vai querer alimento transgênico?
Os alimentos geneticamente modificados estão chegando à mesa dos consumidores sem que estes saibam bem o que são e que efeitos nocivos podem ter.

Pense Nisso!

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